sexta-feira, 2 de março de 2007

1 de Outubro de 1975

São 21h05, é quarta-feira, a lua está em quarto crescente e estamos em Reykjavík, Islândia.



Acabo de saír da barriga da minha mãe que tão generosamente me carregou durante 9 meses. Foi uma gravidez e um parto fáceis. Fui uma bébé tranquila, era má para comer a até completar um ano não me conseguiram dar comida, só queria leite. Ainda hoje sou esquesita com a comida, mas nada em comparação com há uns anos para trás. Neste momento acho que posso dizer que só não como carne.


Era muito agarrada à minha mãe, sempre de volta das pernas dela. Hoje não sou tanto. Durante a adolescência então, não fui nada. Mas sempre pude contar com ela para tudo. Faz parte da minha personalidade não me dar a conhecer, não gosto que saibam coisas minhas, vá se lá perceber porquê!


Em 1984, após uma infância felicíssima na Islândia (que país expectacular para se ser criança, e não só) sem contar com os tormentos do meu irmão mais velho, rumámos para Portugal. À procura de uma vida melhor diziam eles, os meus pais. Mas que poderia ser melhor que isto, o que temos agora e aqui, pensava eu. Mas na minha inocência própria da idade estava cheia de expectativas em vir para um país novo. E ainda por cima íamos dar uma volta à Europa pelo caminho e conhecer montes de países novos! Não se concretizou, porque pelo meio a minha mãe só vomitava e descobriu que estava grávida!


Passado uns largos meses, aquilo tudo bateu-me! Apercebi-me que não ia brincar mais com a Kata, não ia ver os meus avós quando queria, não havia cá os doces que eu mais gostava (e gosto!) não havia cá neve! Chorei tanto no primeiro Natal. Lembro-me que nesse natal estava um Sol radioso que para mim nada tinha a ver com o Natal. Ainda fiz alguma birra e não queria abrir prendas, mas a ganância chamou mais alto porque sabia que ia receber imensas coisas da Barbie que tinha pedido. Era criança...


Tive que me contentar e interiorizar o facto de que agora vivíamos aqui, onde também se pode (se podia naquela altura) brincar na rua...

2 comentários:

Anônimo disse...

AMiga não sei se percebi bem ..
nasceste na Islandia ? lol

é que é um pais que nunca me lembraria, mas ja ouvi dizer que é lindo !


a vida dá tanta volta...

bjs

alice

maria-joão disse...

Ups! parece que "alguém" fez aninhos e eu não dei por nada.

Muitos, muitos, muitos parabéns!
(Vale mais tarde que nunca).